Seu Batista (O corintiano)
- William C Costa
- 28 de mai. de 2016
- 1 min de leitura

Centro Histórico de São Luís, 1908 Créditos da Imagem: Minha Velha São Luís
Levanto cedo, café na mesa. Adeus, esposa, vou trabalhar. Na beira mar, azul, sol, maresia. Horizonte belo, maré, sobe, desce. Agora pode navegar.
Chego a Casa das Tulhas clientela espera. Mercadoria já exposta, peixe seco, mel de abelha, doce em espécie, ervas afrodisíacas, camarão, artesanato de qualidade. Produtos de primeira, atendimento com dedicação.
Chega o fim de tarde, o sol vai embora e a lua anuncia a noite. Luminárias brilham, o povo se movimenta pelas ruas. Tambores aquecidos, mulheres pungam sob luar. Lua, serestas, bailes, reggae. Ruas, suas lendas e mistérios, pedras de cantaria. Casarões, janelas, mirantes, fontes, torres, igrejas e sobrados.
Turistas do Rio, São Paulo, Franceses, Italianos, vem de lá pra conhecer os encantos da terra. Vão, voltam, outros não voltam. Dizem que o amor encontram cá. Se encantam pela sua história, admiram sua gente.
Na Casa das Tulhas, movimento frenético. Rapaziada chega, pede, bebe. Dizem oh meu mais uma dose por favor! Uma, duas, três, a vitamina meu chefe. Aqui conheço pouco da história de cada, conheço pessoas das mais diversas, branca, preta, aqui todos são iguais, só querem diversão.
Óh minha cidade tão mal cuidada. Casarões, sobrados em ruínas contam história e mistérios que o tempo não tombar. Esgoto jorrando pelas estreitas ruas, buracos vandalismo mancham o patrimônio seu, meu, nosso. Problemas enfrento dia a dia. Banheiro sem manutenção, infiltrações, lixo no chão. Mas pergunta se perco a fé meu irmão? Perco não meu patrão!
*Texto produzido a partir de uma entrevista com Raimundo"Seu Batista" comerciante da Casa das Tulhas, Centro Histórico de São Luís.
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